Ransomware na saúde: Check Point Software alerta para riscos crescentes na cadeia de suprimentos

Especialista da Check Point Software no Brasil comenta o recente ataque de ransomware do grupo KillSec, cujo alvo foi a empresa brasileira MedicSolution, fornecedora de software para o setor de saúde no país, e que foi reivindicado no último dia 8 de setembro. O volume total de dados roubados ultrapassa 34 GB e inclui mais de 94 mil arquivos, entre eles resultados de exames laboratoriais, raios-X, imagens de pacientes sem anonimização e registros de menores, de acordo com pesquisa e análise da empresa Resecurity. Segundo Fernando de Falchi, gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Software Brasil, vislumbramos mais um caso envolvendo a cadeia de suprimentos a qual continua sendo um alvo frequente em diferentes setores. Recentemente envolveu o setor financeiro e fintechs, agora atinge o setor da saúde. “Parece que isso não tem fim. Por isso sempre estamos ressaltando que é preciso ter confiança na contratação de terceiros para os quais se deve pedir melhores práticas em troca em termos de segurança”, aponta Falchi. Para ele, proteger os dados em ambientes de saúde, ou em qualquer outro setor, exige uma abordagem de prevenção proativa com foco em configurações seguras, segmentação de ambientes, monitoramento contínuo e uma resposta a incidentes bem elaborada e treinada. Esse ataque de ransomware KillSec contra a MedicSolution, que expôs dados de médicos e de pacientes brasileiros, só reforça a criticidade da segurança em ambientes em nuvem, pois a principal falha que foi observada se refere à má configuração em nuvem permitindo a exfiltração das informações. “Então, incidentes como esse eles destacam a importância que a gente sempre fala em combinar segurança em nuvem com uma visibilidade contínua de detecção e prevenção de ameaças, políticas de acesso. Tem de ser um mantra”, enfatiza Falchi. “A segurança não pode ser tratada secundariamente; ela é parte essencial da confiança, nesse caso, dos pacientes, de provedores de todo o ecossistema. E isso vale para todos os setores.”
96% das empresas integraram IA aos processos centrais de negócios, aponta pesquisa

A Cloudera divulgou os resultados de seu mais recente relatório de pesquisa global, “The Evolution of AI: The State of Enterprise AI and Data Architecture”. Com consulta a mais de 1,5 mil líderes de TI, o relatório examina como a adoção de IA se acelerou, como as arquiteturas de dados empresariais evoluíram e quais novos desafios surgiram em torno da escalabilidade segura da IA em 2025. A pesquisa evidencia, ainda, que o futuro será impulsionado pela IA, alimentada por todos os dados, independentemente de onde estejam. Dessa forma, o levantamento indica que as organizações precisam ter acesso a 100% de seus dados, em qualquer local ou formato, para governá-los com segurança e extrair insights robustos em tempo real e preditivos, sem compromissos. De acordo com relatório, 96% dos líderes de TI relataram que a IA está pelo menos parcialmente integrada aos processos centrais de seus negócios. Este número subiu em relação a 2024, quando 88% dos entrevistados disseram já usar IA em suas empresas. Isso indica que a IA passou da fase de experimentação para a plena integração em processos e fluxos de trabalho centrais. E está valendo a pena: 70% dos respondentes disseram ter alcançado sucesso significativo com iniciativas de IA, e apenas 1% ainda não viram resultados. As empresas estão explorando diversos tipos de IA para alcançar esses resultados, incluindo IA generativa (60%), deep learning (53%) e preditiva (50%). A confiança para diversificar os portfólios de IA também aumentou, com 67% dos líderes de TI se sentindo mais preparados para gerenciar novas formas de IA, especialmente agentes, do que há um ano. Por trás desse sucesso está uma mudança crescente na forma como as empresas abordam os dados. A abordagem híbrida de arquitetura de dados tornou-se a norma, oferecendo às organizações flexibilidade para gerenciar IA entre ambientes de nuvem e on-premises. Quando questionados sobre as maiores vantagens dessa abordagem híbrida, os respondentes citaram segurança (62%), melhor gestão de dados (55%) e melhores análises de dados (54%). Apesar do progresso, as empresas reconhecem que ainda estão em jornada para maximizar o potencial e o ROI da IA. Embora 24% tenham afirmado que sua cultura agora é extremamente orientada a dados (em comparação a 17% no ano passado), a maioria reconhece que ainda há trabalho a fazer para incorporar o pensamento “data-first” às práticas de negócios. As principais limitações técnicas identificadas nas arquiteturas de dados atuais para suportar cargas de trabalho de IA incluem integração de dados (37%), desempenho de armazenamento (17%) e poder computacional (17%). A acessibilidade dos dados é outro obstáculo: apenas 9% das organizações disseram que todos os seus dados estão disponíveis e utilizáveis para iniciativas de IA, enquanto 38% relataram que a maior parte dos dados é acessível. “Vivemos um momento decisivo quanto a adoção de IA, tendo em vista 3 fatores críticos para captura da promessa de retorno sobre investimento: a necessidade de se utilizar 100% dos dados, a realidade que estes dados estarão distribuídos em arquiteturas e ambientes muito diversos, e que será necessário um orquestrador. As decisões sobre as melhores tecnologias a adotar, precisarão passar por esses 3 fatores. Na Cloudera, estamos comprometidos em capacitar as organizações a destravarem o valor dos seus dados, transformando-os em insights confiáveis sem abrir mão da flexibilidade, interoperabilidade e segurança”, destaca Rubia Coimbra, Vice-Presidente da Cloudera para a América Latina. Outros destaques incluem:
Varejo deve superar US$ 285 bi de investimento em tecnologia este ano, aponta estudo

A Infor lança, neste mês de agosto, o Infor Report 2025 – Inovação no Varejo, um estudo aprofundado que mapeia os desafios, os vetores e a maturidade da transformação digital, além das tendências de inovação para o setor varejista. No âmbito da maturidade tecnológica, o relatório destaca que, já em 2025, os investimentos em digitalização no varejo devem alcançar mais de US$ 285,7 bilhões em todo o mundo, de acordo com a consultoria Mordor Intelligence – e a expectativa é de que até 2030 esses investimentos cresçam 17,3% ao ano. No Brasil, a Infor também apurou, com base em levantamento proprietário global (How Possible Happens) que 79% dos empresários brasileiros pretendem aumentar seus investimentos em tecnologia em 20% ou mais nos próximos três a cinco anos. Dentre as conclusões do estudo, há uma crescente percepção de que a digitalização já não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma exigência de sobrevivência dentro de um mercado cada vez mais dinâmico, híbrido e no qual os processos de informatização caminham a passos largos, capitaneados, no varejo, pelo uso de dados, IA e pelo avanço de soluções customizadas para as “dores” específicas do setor. Com base em dados primários e uma análise comparativa que envolveu 30 fontes nacionais e internacionais, o relatório estrutura-se em três capítulos e entrevistas com três nomes estratégicos do setor: Waldir Bertolino (Vice-president of Sales e Country Manager da Infor Brasil e South Latam), Rodrigo Callisperis (Diretor Executivo de TI do Assaí Atacadista) e Rossane Cristina Andrade (Gerente de Logística da Britânia Eletrodomésticos). Para termos uma ideia da verdadeira corrida pela digitalização no ambiente de negócios brasileiro, o estudo também reforça, com base em levantamento da FGV, que ainda em 2021, a transformação digital no Brasil se adiantou o equivalente a pelo menos quatro anos. Mas essa corrida também encontra seus próprios desafios, como a necessidade de transformação cultural das empresas e da implementação de modelos de gestão descentralizados que atuem como resposta para um ambiente de mercado e logístico mais complexo e fragmentado diante da consolidação do e-commerce no Brasil. Para Waldir Bertolino, Vice-president of Sales e Country Manager da Infor Brasil e South Latam, esse novo cenário exige uma mudança de paradigma no próprio desenvolvimento tecnológico, com foco em integração: “Antigamente, a estratégia mais comum era adotar uma única solução para toda a operação, com o argumento de que isso reduziria a preocupação com integrações e trazia uma sensação de segurança. Mas o tempo mostrou que isso não funciona mais. Hoje, as soluções especializadas para cada problema de negócio são muito mais assertivas. Por isso, pensar em integração passou a ser parte essencial da estratégia de investimentos em inovação.” A digitalização como resposta à nova lógica do consumo A transformação em curso vai além da adoção de ferramentas digitais. Ela redefine a cultura de negócio. O relatório mostra que a ascensão do e-commerce e a fusão entre ambientes físicos e digitais impuseram novos padrões de comportamento aos consumidores, que passaram a demandar experiências personalizadas, fluidez nos canais de compra, rapidez na entrega e interações mais inteligentes com as marcas. Não por acaso, a cadeia logística voltada ao e-commerce movimentou globalmente mais de US$ 426 bilhões em 2023, de acordo com o Global Market Insights. No Brasil, o faturamento do comércio eletrônico ultrapassou R$ 204 bilhões em 2024, com alta de 10% em relação ao ano anterior, segundo dados da ABComm. Esse cenário tem exigido uma revisão profunda nos modelos operacionais do varejo. Assim, para lidar com a descentralização das operações — que é consequência direta da explosão do comércio eletrônico —, empresas precisam investir em sistemas de controle de inventário em tempo real, plataformas de gestão logística baseadas em nuvem e soluções de inteligência de dados capazes de prever demandas, controlar devoluções e ajustar fluxos de distribuição de forma autônoma. Ao mesmo tempo, o uso de IA se coloca como um alicerce importante para o ganho de diferenciais competitivos no varejo. Nesse sentido, o estudo da Infor cita dados da PwC que apontam que o uso de tecnologias emergentes no varejo, como inteligência artificial (IA) já tem influenciado nas decisões de compra, ao passo que 53% dos consumidores esperam poder contar com canais virtuais de interação com agentes de atendimento. Brasil avança em maturidade digital, mesmo com gargalos estruturais Esse novo modo de operar, contudo, exige também uma transformação cultural profunda. O relatório destaca que cerca de 70% dos projetos de transformação digital falham no mundo devido a resistências internas, falta de visão estratégica e ambientes organizacionais pouco abertos à experimentação (MIT Sloan). Além disso, estruturalmente, o Brasil tem um nível de digitalização inferior, por exemplo, à média dos países da OCDE, o que revela uma necessidade urgente de investimentos e da consequente preparação do mercado para as mudanças proporcionadas pela inovação. Apesar dos desafios, a evolução tecnológica do varejo brasileiro e, do ponto de vista da maturidade digital, só fica atrás do setor financeiro, conforme destaca o Infor Report a partir de indicadores da McKinsey. Por tudo isso, o relatório reforça que o sucesso no próximo passo da jornada digital das empresas – dentro de um setor que, como se observa, a inovação já faz parte da realidade de uma parcela relevante do mercado – dependerá da capacidade das empresas em integrar tecnologias e fortalecer culturas internas de modo que possa responder a desafios do varejo, como a escassez de talentos e a maior exigência do consumidor por experiências personalizadas. “Nessa jornada, é importante não adianta querer reinventar a roda: já existem muitas soluções prontas no mercado que atendem a demandas do varejo de forma eficiente. Comece com o básico, com soluções estruturantes que resolvem dores reais e que são passíveis de integração. Mostre que o investimento se paga em 6 meses, 1 ano. A partir disso, é possível evoluir”, conclui Waldir Bertolino.